Póvoa de Varzim, alma d’Anto jogral eternizou teus pescadores, gorros à banda. - Régua, vinhedos coloram maravilha única. - Porto, escorrerem lágrimas por escadarias: Cai estrela! - Cidade Rodrigo: Inúmeros relógios compactados. - Trancoso: De um dia pra outro árvores engalanadas. - Los Angeles, de luz por sobre a escrita, e lá por fora. - Santo Domingo, com pombas, em bandos, até à sombra. - Foz Côa, e sua rupestre, baçal geometria. - A S. Bento, à Rua das Francezinhas, será qu’ecoa o oco? - Aristides Sousa Mendes: Chamas-te Manuel, podes partir, voo prosseguir. - Málaga: Desmaiam embalos adormentados mastros de embarcações. - Transluz correspondido afecto a faces; imprevistos despoletar em teu pasmo, burgo mordaz? - Mealhada, chanfana, enguias, leitão, carrascão, mel; melancólico restaurante. - Tocha; raras tardes estivais; saudosa devação. - Beja: Andadas à boleia vastidões da noite, achámo-nos nos BV. - Guarda, devaneios ligeiros, amoras, silvas, cardos, neve completa. - Por Seia, ao primeiro pão quente, acodem-nos operários sonhos. - República Ai Ò Linda, a WC mandam caloiro clamar Camões. - Contra a contumácia, imo-nos, de mãos dadas. - Cáceres, sobre pedras teima chuva. - Sevilha, um mergulho ao pé dum jorro; libelinhas, nenúfares, vida inteira. - Em Valverde, por raros livros soletradamente paramos. - Cultivar cenoura, gosto telúrico. - No Teatro Sousa Bastos o perturbado psicólogo vê um filme neo-realista, a libido manifesta. - La Coruña, 63, nevoenta antemanhã, encantados Juan, Ramón, Jiménez, Platero, e eu. - Sintra, áleas: Plátanos, negrilhos, pinhos, noite dentro. - Lisboa, Príncipe Real: César Monteiro, boceja, canta, louco d’asilo tenebrosamente vaiado e anulado. - Bornes, augusto mundo meu dos áureos altos; onde pairo, boquiaberto prò divino. - ‘1, e 2, e 3, era uma vez um soldadinho…’ Nem foi à guerra nem voltou à terra. Andou caminho. - ‘No tempo da eira fazia poeira…’ Disparada entre tantas a estrelinha a que da cerca surpreendemos giro. - P’lo lago, libelinhas, a pique, num ápice, fulminam. - Monte Agudo; pombas p’lo ar aberto. - Extensões de Valença; rafeiro fugitivas presas investiga, a raro faro. - Curvaceiras; rumorejarem folhas; madureza a rever. - Bonfim mói calmas. - Tomar, Trav. da Misericórdia, 14, 1º, Esqº: Da janela ao empedrado sinistro pulo. - Portugal em fogo, coração cinza devorado. - Vila Viçosa da ressurreição. - Sonhadas Palavras, Ângelo Ochôa
Póvoa de Varzim,
ResponderEliminaralma d’Anto jogral eternizou teus pescadores,
gorros à banda.
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Régua,
vinhedos coloram maravilha única.
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Porto,
escorrerem lágrimas por escadarias:
Cai estrela!
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Cidade Rodrigo:
Inúmeros relógios compactados.
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Trancoso:
De um dia pra outro árvores engalanadas.
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Los Angeles,
de luz por sobre a escrita, e lá por fora.
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Santo Domingo,
com pombas, em bandos, até à sombra.
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Foz Côa,
e sua rupestre, baçal geometria.
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A S. Bento, à Rua das Francezinhas,
será qu’ecoa o oco?
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Aristides Sousa Mendes:
Chamas-te Manuel, podes partir,
voo prosseguir.
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Málaga:
Desmaiam embalos adormentados mastros de embarcações.
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Transluz
correspondido afecto
a faces;
imprevistos despoletar
em teu pasmo,
burgo mordaz?
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Mealhada,
chanfana, enguias, leitão, carrascão, mel;
melancólico restaurante.
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Tocha;
raras tardes estivais; saudosa devação.
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Beja:
Andadas à boleia vastidões da noite,
achámo-nos nos BV.
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Guarda,
devaneios ligeiros, amoras, silvas, cardos, neve completa.
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Por Seia,
ao primeiro pão quente, acodem-nos operários sonhos.
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República Ai Ò Linda,
a WC
mandam caloiro clamar Camões.
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Contra a contumácia,
imo-nos, de mãos dadas.
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Cáceres,
sobre pedras
teima chuva.
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Sevilha,
um mergulho ao pé dum jorro;
libelinhas, nenúfares, vida inteira.
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Em Valverde,
por raros livros soletradamente paramos.
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Cultivar
cenoura, gosto telúrico.
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No Teatro Sousa Bastos
o perturbado psicólogo
vê um filme neo-realista,
a libido manifesta.
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La Coruña, 63,
nevoenta antemanhã, encantados Juan, Ramón, Jiménez,
Platero, e eu.
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Sintra, áleas:
Plátanos, negrilhos, pinhos, noite dentro.
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Lisboa, Príncipe Real:
César Monteiro, boceja, canta,
louco d’asilo tenebrosamente vaiado e anulado.
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Bornes,
augusto mundo meu dos áureos altos;
onde pairo, boquiaberto prò divino.
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‘1, e 2, e 3,
era uma vez um soldadinho…’
Nem foi à guerra nem voltou à terra.
Andou caminho.
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‘No tempo da eira fazia poeira…’
Disparada entre tantas a estrelinha
a que da cerca surpreendemos giro.
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P’lo lago,
libelinhas, a pique, num ápice, fulminam.
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Monte Agudo;
pombas p’lo ar aberto.
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Extensões de Valença;
rafeiro fugitivas presas investiga,
a raro faro.
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Curvaceiras;
rumorejarem folhas; madureza a rever.
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Bonfim
mói calmas.
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Tomar, Trav. da Misericórdia, 14, 1º, Esqº:
Da janela ao empedrado sinistro pulo.
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Portugal em fogo,
coração cinza devorado.
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Vila Viçosa
da ressurreição.
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Sonhadas Palavras, Ângelo Ochôa