quarta-feira, 29 de julho de 2009

O SOL


QUANDO AMANHECE O SOL BRILHA

AO MEIO DIA O SOL AQUECE

A TARDE ATE ENLOUQUECE

A NOITE O SOL PARTE

FICA A ESTRELA QUE NOS ILUMINA

1 comentário:

  1. Póvoa de Varzim,
    alma d’Anto jogral eternizou teus pescadores,
    gorros à banda.
    -
    Régua,
    vinhedos coloram maravilha única.
    -
    Porto,
    escorrerem lágrimas por escadarias:
    Cai estrela!
    -
    Cidade Rodrigo:
    Inúmeros relógios compactados.
    -
    Trancoso:
    De um dia pra outro árvores engalanadas.
    -
    Los Angeles,
    de luz por sobre a escrita, e lá por fora.
    -
    Santo Domingo,
    com pombas, em bandos, até à sombra.
    -
    Foz Côa,
    e sua rupestre, baçal geometria.
    -
    A S. Bento, à Rua das Francezinhas,
    será qu’ecoa o oco?
    -
    Aristides Sousa Mendes:
    Chamas-te Manuel, podes partir,
    voo prosseguir.
    -
    Málaga:
    Desmaiam embalos adormentados mastros de embarcações.
    -
    Transluz
    correspondido afecto
    a faces;
    imprevistos despoletar
    em teu pasmo,
    burgo mordaz?
    -
    Mealhada,
    chanfana, enguias, leitão, carrascão, mel;
    melancólico restaurante.
    -
    Tocha;
    raras tardes estivais; saudosa devação.
    -
    Beja:
    Andadas à boleia vastidões da noite,
    achámo-nos nos BV.
    -
    Guarda,
    devaneios ligeiros, amoras, silvas, cardos, neve completa.
    -
    Por Seia,
    ao primeiro pão quente, acodem-nos operários sonhos.
    -
    República Ai Ò Linda,
    a WC
    mandam caloiro clamar Camões.
    -
    Contra a contumácia,
    imo-nos, de mãos dadas.
    -
    Cáceres,
    sobre pedras
    teima chuva.
    -
    Sevilha,
    um mergulho ao pé dum jorro;
    libelinhas, nenúfares, vida inteira.
    -
    Em Valverde,
    por raros livros soletradamente paramos.
    -
    Cultivar
    cenoura, gosto telúrico.
    -
    No Teatro Sousa Bastos
    o perturbado psicólogo
    vê um filme neo-realista,
    a libido manifesta.
    -
    La Coruña, 63,
    nevoenta antemanhã, encantados Juan, Ramón, Jiménez,
    Platero, e eu.
    -
    Sintra, áleas:
    Plátanos, negrilhos, pinhos, noite dentro.
    -
    Lisboa, Príncipe Real:
    César Monteiro, boceja, canta,
    louco d’asilo tenebrosamente vaiado e anulado.
    -
    Bornes,
    augusto mundo meu dos áureos altos;
    onde pairo, boquiaberto prò divino.
    -
    ‘1, e 2, e 3,
    era uma vez um soldadinho…’
    Nem foi à guerra nem voltou à terra.
    Andou caminho.
    -
    ‘No tempo da eira fazia poeira…’
    Disparada entre tantas a estrelinha
    a que da cerca surpreendemos giro.
    -
    P’lo lago,
    libelinhas, a pique, num ápice, fulminam.
    -
    Monte Agudo;
    pombas p’lo ar aberto.
    -
    Extensões de Valença;
    rafeiro fugitivas presas investiga,
    a raro faro.
    -
    Curvaceiras;
    rumorejarem folhas; madureza a rever.
    -
    Bonfim
    mói calmas.
    -
    Tomar, Trav. da Misericórdia, 14, 1º, Esqº:
    Da janela ao empedrado sinistro pulo.
    -
    Portugal em fogo,
    coração cinza devorado.
    -
    Vila Viçosa
    da ressurreição.
    -
    Sonhadas Palavras, Ângelo Ochôa

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