quarta-feira, 29 de julho de 2009

APROVETAR


PESSOAL APROVEITEM

AVIDA ELA E CURTA

SEJAM FELIZES

NÃO DEIXEM QUE AS TRITEZAS

VOS LEVE PARA A SOLIDÃO


VIVER E BOM MARAVILHOSO

APROVEITEM AVIDA

SAIBAM AMAR E SER AMADOS

E O BOM LADO DA VIDA

2 comentários:

  1. Périplo Navegante:
    ‘Mira-me, Miguel,
    com’stou de bonitinha,
    saia do burel,
    camisinha da estopinha…’
    Dá-me teu corpo, a mão,
    qu’imos a bailia.
    -
    P’lo Marão,
    apertadas curvas,
    remansosas nascentes.
    -
    Amarante, Ponte Velha,
    passos refazendo o poeta, santo absorto.
    -
    Bragança, Fervença,
    bicicletas e patins sobre frágil gelo.
    -
    Mirandela,
    deslumbres, alturas outras, outro hossana.
    -
    Pocinho,
    barrenta a cor cansada à terra, mansidão ensolarada.
    -
    Até à Ermida da Senhora dos Montes Ermos,
    ladainhas, ecos secos, um percurso árduo.
    -
    Cerejais,
    directa emoção, limpos pardais; rosa ou conta murmurada.
    -
    Espantados na cor,
    corremos do todo a intimidade.
    -
    Alcácer,
    p’lo ar vagando a voo.
    -
    Miradouro, Castelo de Palmela:
    No fundo, do Sado, sob fogoso sol, serena baía.
    -
    Évora,
    a cal refresca farpas a róseo clarear.
    -
    Grândola, jardins;
    largueza airada, um povo bom.
    -
    Por Reguengos
    assentados, entendemos rendilhada fala, velha gesta.
    -
    Tomar, Baptistério de S. João,
    enlevo para o Pai, desce a Pomba Amor aO Filho nu.
    -
    Entroncamento,
    errantes áreas, qualquer incerta pista.
    -
    Atalaia
    morre nocturno sono sob cripta.
    -
    Delongo,
    concavidades, degredado divagar;
    florações silvestres.
    -
    Santarém, Portas do Sol,
    o Tejo transborda Vaso Graal.
    -
    A cadelita arrojou-se aos pés do amigo,
    que, varado, se sentiu Um Deus Manteiga.
    -
    Alte,
    dos amendoais a flor altos atapeta.
    -
    Fuzeta,
    bordado, em água, devaneante carreiro.
    -
    Uma acácia
    nos sacode.
    -
    Albufeira,
    ocre pólen, flor fibrosa,
    esfarelada rocha.
    -
    Olhão,
    ou o só cozido peixe.
    -
    Angra do Heroísmo,
    arquitectural filigrana.
    -
    Fogo,
    vazio populoso, gente diversa, mastigando sol.
    -
    Pico,
    e ainda um baleeiro.
    -
    S. Miguel,
    éden ajardinado, com vista.
    -
    Fão,
    areal com bruma,
    névoa rasa p’los pinhais.
    -
    Líquenes,
    voracidade;
    o perpassar.
    -
    Ao bosque do Bom Jesus do Monte,
    equilibrada égloga.
    -
    Santa Luzia,
    morres-me
    sonhos cheios.
    -
    Vila do Conde:
    Belo e Régio
    te cantaram,
    mas o encanto
    é contemplar-te.
    -
    Sonhadas Palavras, Ângelo Ochôa

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