Irmã Lúcia, no meio de nós. - Missa sobre o mundo, renascendo madrugadas. - S. Martinho do Bispo, ao adro; grama, hera, erva, musgo. - Santa Cita doravante habitamos. - A mansa pombinha bicou na palma da mão. - Volta da Pedra, inaugurais carreiros a ar livre. - Vale da Vilariça: Eclosão da maior alegria, estreita-me d’apertado laço. - Bencanta, sótão a alumbramentos; atentado premeditado contra Isaac Rabin; Mãe, como desculpas! - Eu nasci num país posto no mar: Gaivotas guiam-me o leme estafadinho a rumar. - Camponesa, cara rasgada, escava duro ardor, óptimo nada. - Do snooker a partida imprevisível. - Missão cada hora. - Bordel, e mofo. - Meu velho, devaneando pela Idade Média sãs certezas? - Sinfónicos policromáticos chilreios… Anda, e ouve, Messiaen! - Domingo único, açucenas, calmas. - Monsaraz; ante isto, nada és, poetastro. - Comporta: Maresia, navegações, sargaço, extensíssimo areal. - Ser-se sem peso. - Ilha do Arcanjo; árida vereda, livre toada, árido verso. - Porto Formoso, no coração do verde chá. - Faial, abalo ou convulsão, céu estrelado, às lavas. - Da Horta à Madalena vela enfunada leva-me o branco nada. - Pico revisto, com vides, penhas, entrechos basálticos. - Nos Capelinhos gravar teu nome, à flor cinza, na costa do relevo. - P’lo Canal frágil veleiro vai lieiro. - A Senhora da Guia voo me acompanhe à vivaz luz. - Flamengos, bodes, asininos, bovinos… Quando não agrícola empresa, familiar gestão. - Em Angra, nas proximidades do Museu, decifrar línguas d’arrulho a cúmplices pombos, num vagaroso sono, sob céu nítido. - Jardim Duque da Terceira, com nuvens às farripas, iguais a pétalas. - Da Angra à Praia da Vitória p’los olhos se afundam excessivas lindezas. - Luz demasiada rota da alegria; maternal coração timidez vencida. - Biscoitos; num terraço ajardinados vasos. - Feteira: Um chafariz, uma inscrição, um toldo. - Zdenka Cecília Schelingová, quantos comunistas estarão sorrindo contigo por teu perdão? - Santa Cecília, embala-nos celestes polifonias. - Clara fins clareia. - Clotilde constrói forte. - Seldon; é milagre só a obra. - Madalena: P’lo sussurro da voz O conheceste: Não era o hortelão. Rabboni!, ’xclamaste. Ele pediu-te que não O detivesses. - Craveirinha, judeu preto devaneador, sob quais torrentes acenas? - Nelson Mandela, torturado faminto do melhor, porque demasiado te doeu, o coração franqueaste. - ‘Ai saudade!...’ Flor Cesária Évora dum distante Alentejo ida na revoada. - Sacada ao fresco; estremecerem estilhaçados espelhos p’lo fugidio elemento. - Duras pedras demoradas quisera meus versos; essência da luz saudosos; a embalo de ouvi-los morreria p’la memória que dormem animados; na praça única os saboreei divinos; mel no céu da boca dum bambino. -
Périplo Navegante ( continuação ):
ResponderEliminarIrmã Lúcia,
no meio de nós.
-
Missa sobre o mundo,
renascendo madrugadas.
-
S. Martinho do Bispo, ao adro;
grama, hera, erva, musgo.
-
Santa Cita
doravante habitamos.
-
A mansa pombinha
bicou na palma da mão.
-
Volta da Pedra,
inaugurais carreiros a ar livre.
-
Vale da Vilariça:
Eclosão da maior alegria,
estreita-me d’apertado laço.
-
Bencanta,
sótão a alumbramentos;
atentado premeditado contra Isaac Rabin;
Mãe, como desculpas!
-
Eu nasci num país posto no mar:
Gaivotas guiam-me o leme
estafadinho a rumar.
-
Camponesa,
cara rasgada, escava duro ardor, óptimo nada.
-
Do snooker
a partida imprevisível.
-
Missão
cada hora.
-
Bordel,
e mofo.
-
Meu velho,
devaneando pela Idade Média sãs certezas?
-
Sinfónicos policromáticos chilreios…
Anda, e ouve, Messiaen!
-
Domingo único,
açucenas, calmas.
-
Monsaraz;
ante isto, nada és, poetastro.
-
Comporta:
Maresia, navegações, sargaço, extensíssimo areal.
-
Ser-se
sem peso.
-
Ilha do Arcanjo;
árida vereda, livre toada, árido verso.
-
Porto Formoso,
no coração do verde chá.
-
Faial,
abalo ou convulsão, céu estrelado, às lavas.
-
Da Horta à Madalena
vela enfunada leva-me o branco nada.
-
Pico revisto,
com vides, penhas, entrechos basálticos.
-
Nos Capelinhos
gravar teu nome, à flor cinza,
na costa do relevo.
-
P’lo Canal
frágil veleiro
vai lieiro.
-
A Senhora da Guia
voo me acompanhe à vivaz luz.
-
Flamengos,
bodes, asininos, bovinos…
Quando não agrícola empresa, familiar gestão.
-
Em Angra, nas proximidades do Museu,
decifrar línguas d’arrulho
a cúmplices pombos,
num vagaroso sono,
sob céu nítido.
-
Jardim Duque da Terceira,
com nuvens às farripas, iguais a pétalas.
-
Da Angra à Praia da Vitória
p’los olhos se afundam
excessivas lindezas.
-
Luz demasiada
rota da alegria;
maternal coração
timidez vencida.
-
Biscoitos;
num terraço
ajardinados vasos.
-
Feteira:
Um chafariz,
uma inscrição,
um toldo.
-
Zdenka Cecília Schelingová,
quantos comunistas estarão sorrindo
contigo
por teu perdão?
-
Santa Cecília,
embala-nos
celestes polifonias.
-
Clara
fins clareia.
-
Clotilde
constrói forte.
-
Seldon;
é milagre só a obra.
-
Madalena:
P’lo sussurro da voz O conheceste:
Não era o hortelão.
Rabboni!, ’xclamaste.
Ele pediu-te que não O detivesses.
-
Craveirinha,
judeu preto devaneador,
sob quais torrentes acenas?
-
Nelson Mandela,
torturado faminto do melhor,
porque demasiado te doeu,
o coração franqueaste.
-
‘Ai saudade!...’
Flor Cesária Évora dum distante Alentejo ida na revoada.
-
Sacada ao fresco;
estremecerem estilhaçados espelhos
p’lo fugidio elemento.
-
Duras pedras demoradas
quisera meus versos;
essência da luz saudosos;
a embalo de ouvi-los morreria
p’la memória que dormem animados;
na praça única os saboreei divinos;
mel no céu da boca dum bambino.
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